domingo, 23 de outubro de 2011

O que sobrou


Feliz é o cego que não pode te ver chorar

E o surdo que não pode saber o porquê

Talvez o mudo que não pede para tu contar mais

Ou o aleijado que não volta atrás


Talvez eu falando assim pareça sem coração

Mas não posso fazer nada

Você roubou-o e o despedaçou

Só me restou a solidão

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Inspiração Má Canalizada


Muito é meu sofrimento

E a cura não encontro sozinho

Preciso ser internado

Mas a minha médica se foi

Suave é musica

Que fala de amor e não passado

Mas só uma foi composta

Minha inspiração se foi

Por mais que eu chame, ela não ouve

Ninguém ouviu

Só restou o vazio

Do que nunca esteve cheio

E sei que não faz sentido

Talvez eu nem saiba mais escrever

Ou possa me perder

Querendo te encontrar

sábado, 25 de junho de 2011

Descarte o Encarte da Arte





O menor de todos os pontos

O encontro de tantas histórias

Um passado quase morto

Uma flor que deflora


Volúpia sem libido

Desforra ao fatídico

O belo é proibido

Amor é outra história


Momentos de deleites intangíveis

Ofusca a plenitude da solidão

Apazigua corações partidos

Enreda a mais suave canção


Decoro aos sentimentos

Já não existe mais

Leviandade ou circunstâncias

O tempo nada traz

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Algumas palavras mais



Tão pouco sou eu para me deleitar perto de teus braços
E tão longe estou de sua memória,
Mas ainda te peço que se lembres de mim...

Quão triste esteve a nossa história
Antes mesmo que houvesse um fim?

Mesmo tão perto, em minha vista não te encontro
Mesmo tão longe, é seu nome que eu chamo
Independente do que aconteça, é teu rosto que marcou

Gravado em minha mente não ficou, nada alem de ti

Meu coração me proibiu de esquecê-la,
Em minhas canções teu perfume incendeia
Inspirações, ou desespero em ti perder
Talvez o medo que nada mais possa fazer

Algumas palavras mais que me fazem lembrar
Da dor de ter que escrevê-las, sem saber se irá ler
Sem saber se eu mesmo terei coragem de lhe entregar
Todas as cartas mortas que pra ti deixei

quinta-feira, 10 de março de 2011

Do Amor Ao Ódio




Odeio o seu olhar
Odeio a sua risada
Odeio o seu cabelo
Odeio sua voz esganiçada
Odeio seu perfume
Odeio o seu beijo
Odeio o seu toque
Odeio seus desejos
Odeio seus sapatos
Odeio suas roupas
Odeio nossas lembranças
Odeio o chaveiro de pato
Odeio todo o tempo que passamos juntos
Odeio os lugares que íamos
Odeio tudo o que fizemos
Mas acima de tudo
Amo todas as coisas que odeio.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Apoteose




Quando do amor só brotar solidão
Da amizade só restar lembranças
Quando dos mais sábios não se ouvirem a razão
Como ficaremos?

Quando o muito for um problema
E o pouco uma solução
Quando nossas casas forem destruídas
Onde ficaremos?

Quando nossos sonhos ficarem para trás
E nossos medos se tornarem o nosso refúgio
Quando não houver mais um discurso
Quem nós seremos?

Quando nossas lembranças se tornarem o nosso refúgio
E nossas amizades uma solução
Quando nosso medo ficar para trás
Da nossa solidão brotará o amor?

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Desfazer




Desfaça-se de seus pensamentos
Realidade e ilusão são sinônimos
De um encontro de sonhos
De um doce tormento

Desfaça-se de seus planos
Uma tangente sem limites
No horizonte que inibe
O pouco que somos

Tenha medo
Aquele medo que não te deixa esquecer
Que as conquistas são tão merecidas
Quanto o que não se deve perder

Seja alguém
Alguém que canta e que chora
Alguém que não demora
Em se desfazer