segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Último trago

O corte parece muito profundo, não tem como dar ponto.
O sangue escorre quente e lentamente, sem pressa para morrer.
A luz mais fraca que o normal, talvez seja sua visão ficando turva.
O café esfria ao lado, a fumaça do cigarro dançando no ar.
Uma última dança, um último trago.
O gosto é amargo, a sede aumenta.
A mão trêmula tenta terminar as ultimas linhas do poema.
A perna inquieta demonstrando ansiedade
A fumaça dança.
Uma música de fundo e mais um gole.
O gosto é amargo.
A lua no céu brilha mais que a luz no quarto.
Ouve-se os passos
A brasa no cinzeiro
Mancha de café no caderno
Sorria Helena, Sorria
O corte causado por palavras.
Não se esqueça de respirar
E um último trago.